A construção da barragem do Ribeirão Piraí, que visa abastecer municípios como Itu, Salto e Cabreúva (SP), está paralisada há quatro meses devido a um conflito entre as prefeituras locais e o Ibama. O projeto, iniciado em 2023, tem como objetivo regularizar a vazão do rio e ampliar a captação de água, com capacidade para armazenar mais de nove bilhões de litros, solucionando a escassez hídrica na região. No entanto, o Ibama alega que a obra desmata áreas de mata atlântica e ameaça o sagui-da-serra-escuro, um dos primatas mais ameaçados do mundo.
Para resolver o impasse, as prefeituras elaboraram um plano de ação, incluindo a castração de saguis híbridos e monitoramento da espécie, visando obter a licença ambiental necessária. O consórcio intermunicipal responsável pela obra afirma que as medidas de preservação serão executadas em paralelo à construção, sem atrasos, garantindo a segurança dos animais e da vegetação local. Especialistas destacam que o plano inclui a abertura de picadas e uso de atrativos para capturar os primatas de forma adequada.
A conclusão da barragem é considerada essencial pelos municípios para evitar a falta de água, principalmente durante períodos de seca. Enquanto isso, moradores de Itu e Salto já enfrentam dificuldades no abastecimento. O Ibama afirma priorizar a análise do licenciamento, mas ressalta a necessidade de equilibrar o desenvolvimento urbano com a preservação ambiental. O caso ilustra o desafio de conciliar demandas urgentes da população com a proteção da biodiversidade.