Em fevereiro, as concessões de crédito livre pelos bancos caíram 3,0% em relação a janeiro, totalizando R$ 518,7 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central. No acumulado de 12 meses, porém, houve crescimento de 15,6%. O recuo foi mais acentuado para pessoas físicas (-4,8%, para R$ 284,7 bilhões), enquanto as operações para empresas tiveram queda menor (-0,8%, para R$ 234,0 bilhões). Os números não consideram ajustes sazonais.
As taxas de juros médias do crédito livre subiram de 42,2% em janeiro para 43,7% em fevereiro. Para pessoas físicas, o aumento foi mais expressivo, passando de 53,9% para 56,3%, enquanto para empresas houve leve recuo, de 24,1% para 23,9%. Destaques negativos foram o cheque especial, que saltou de 135,6% para 144,4%, e o crédito pessoal, que subiu de 45,9% para 47,8%. Em contrapartida, o crédito para veículos apresentou queda, de 29,5% para 29,1%.
O Indicador de Custo de Crédito (ICC) também registrou alta, passando de 22,1% para 22,4%, refletindo o aumento dos juros efetivamente pagos por consumidores e empresas. O crédito total, que inclui operações livres e direcionadas, teve taxa média de 30,5% em fevereiro, ante 29,8% no mês anterior. Os dados mostram um cenário de encarecimento do crédito, mesmo com a regulamentação que limita os juros do cheque especial desde 2020.