Durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os bancos públicos registraram um aumento médio de 14% nos gastos anuais com propaganda em comparação ao governo anterior. Segundo dados do Poder360, a média anual subiu de R$ 971,4 milhões para R$ 1,1 bilhão, com destaque para instituições como Banco do Brasil, Caixa e BNDES. O Banco do Brasil manteve patamar semelhante ao do governo passado, enquanto a Caixa teve alta de 18% e o BNDES mais que triplicou seus investimentos em comunicação.
As instituições justificam os valores pelo avanço do mercado digital, a necessidade de competitividade e a ampliação de serviços. O Banco do Brasil citou a concorrência com fintechs e a demanda por inovação, enquanto o BNDES relacionou os gastos à retomada de seu papel no desenvolvimento econômico. A Caixa, por sua vez, destacou que as negociações são estratégicas e protegidas por sigilo comercial. A Secom afirmou não interferir nos orçamentos de outras pastas ou estatais.
O levantamento também revelou uma perda de transparência nos dados desde 2017, quando o Instituto para Acompanhamento da Publicidade (IAP) deixou de operar. Antes, o órgão detalhava gastos públicos com propaganda, incluindo contratos com veículos de mídia. Embora as estatais divulguem informações em seus portais, a falta de um sistema unificado dificulta o monitoramento completo dessas despesas, que historicamente representam parte significativa do orçamento federal em comunicação.