Os bancos brasileiros revisaram para cima suas expectativas de crescimento do crédito em 2025, passando de 8,5% para 8,6%, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O ajuste foi impulsionado principalmente pelo crédito com recursos livres, que subiu de 8,1% para 8,2%, além do aumento nas projeções para empréstimos a empresas (de 7,1% para 7,2%) e pessoas físicas (de 8,6% para 9%). As linhas de crédito direcionadas mantiveram-se estáveis em 9%. O diretor de Economia da Febraban, Rubens Sardenberg, destacou que o cenário positivo ocorre mesmo em um ambiente de juros elevados e incertezas econômicas, atribuindo parte do desempenho ao mercado de trabalho aquecido e à reformulação do crédito consignado para o setor privado.
Em relação à inadimplência, os bancos projetam um leve aumento, de 4,6% para 4,7%, até o final de 2025. Para o ano seguinte, a expectativa é de um crescimento mais moderado da carteira de crédito, em 7,8%, embora esse índice seja 0,1 ponto percentual superior ao previsto em fevereiro. A pesquisa, realizada entre 25 e 31 de março, ouviu 21 instituições financeiras, reforçando a confiança do setor na expansão do crédito, apesar dos desafios macroeconômicos.
O levantamento também destacou outros temas econômicos, como a projeção do dólar para o fim de 2025 (revisada de R$ 5,92 para R$ 5,90) e questões internacionais, como as tensões comerciais entre EUA e China. A Febraban segue monitorando o cenário, com ênfase na sustentabilidade do crédito e no impacto de políticas públicas, como as obras para a COP30 no Porto de Belém, auditadas pelo TCU.