O Banco Master contratou a advogada esposa de um lobista preso sob suspeita de intermediar decisões judiciais no STJ para representar a instituição em um processo que pode ultrapassar R$ 1 bilhão. A advogada atuou no caso entre junho e dezembro de 2024, após uma decisão liminar desfavorável ao banco, mas foi removida após a prisão do marido. O banco afirmou que ela não possuía contrato direto e que sua inclusão no processo pode ter sido feita por um de seus escritórios sem conhecimento da instituição.
O processo em questão discute se a disputa sobre uma operação de cessão de créditos deve ser julgada na Justiça Federal do Distrito Federal ou na Vara de Recuperação Judicial de Pernambuco. O banco defende a competência do DF, enquanto a outra parte argumenta que o caso afeta a recuperação judicial e deve ser tratado em Pernambuco. A ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, negou a liminar ao Master, seguindo a jurisprudência do STJ que atribui ao juízo da recuperação judicial a decisão sobre bens envolvidos no plano.
O caso ocorre em meio a investigações mais amplas sobre suposta interferência em decisões judiciais no STJ. O lobista preso era investigado por lavagem de dinheiro e teve aumento patrimonial significativo nos últimos anos. Enquanto isso, o Banco Master recentemente teve 58% de suas ações adquiridas pelo BRB, banco controlado pelo governo do Distrito Federal, em operação ainda pendente de aprovação regulatória. O processo no STJ segue em tramitação, com o MPF defendendo a competência da Justiça de Pernambuco.