O Banco Central reafirmou a necessidade de desacelerar a atividade econômica para controlar a inflação e trazê-la de volta às metas estabelecidas. Durante entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira, o presidente do BC destacou que a comunicação do Copom de março, que indicava um novo aumento da taxa Selic em maio, permanece válida. A decisão visa enfrentar uma dinâmica inflacionária desafiadora, com a taxa básica de juros já elevada para 14,25%, patamar similar ao de 2015 e 2016.
A próxima reunião do Copom, marcada para 6 e 7 de maio, deve resultar em um ajuste menor que um ponto percentual, seguindo a estratégia de levar os juros a um nível suficientemente restritivo. O BC destacou que o hiato do produto permanece positivo, indicando que a economia opera acima do seu potencial sem pressões inflacionárias. No entanto, os sinais de desaceleração ainda são incipientes, exigindo vigilância contínua sobre os preços.
O sistema de metas contínuas, em vigor desde 2025, estabelece como objetivo uma inflação de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%. Contudo, as projeções do mercado para os próximos anos apontam para índices acima da meta central, com estimativas de 5,55% em 2025 e 4,51% em 2026. O BC admitiu que a meta pode ser descumprida novamente em junho, após seis meses acima do teto. A política monetária segue focada em impactos futuros, com as mudanças na Selic levando de seis a 18 meses para surtir efeito pleno na economia.