O Banco Central divulgou nesta terça-feira (22) as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira, com destaque para a revisão da expectativa de crescimento do PIB em 2025, que subiu de 1,98% para 2%. A inflação, por outro lado, teve sua estimativa reduzida de 5,65% para 5,57% no mesmo ano, mas ainda permanece acima do teto da meta, estabelecido em 4,5%. Para os anos seguintes, as projeções indicam inflação de 4,50% em 2026, 4% em 2027 e leve alta para 3,80% em 2028, ano em que o sistema de meta contínua passa a vigorar, com objetivo central de 3%.
O relatório Focus, baseado em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, também trouxe atualizações sobre a taxa básica de juros (Selic), que deve encerrar 2025 em 15% ao ano, mantendo a tendência de aperto monetário. Além disso, o dólar está projetado em R$ 5,90 para o fim de 2025, enquanto a balança comercial deve registrar superávit de US$ 75 bilhões no mesmo período. O Banco Central alertou que, caso a inflação permaneça acima do teto da meta por seis meses consecutivos, uma carta de explicação será enviada ao ministro da Fazenda, como ocorreu em janeiro deste ano.
A inflação elevada impacta diretamente o poder de compra da população, especialmente os assalariados, já que os preços sobem sem acompanhamento dos salários. Enquanto isso, o PIB—soma de todos os bens e serviços produzidos no país—mostra sinais de recuperação, com projeção de crescimento também revisada para 2026, de 1,61% para 1,70%. O BC continua monitorando os indicadores com atenção, já que os efeitos da política monetária levam de seis a 18 meses para se materializar na economia.