Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que a normalização da política monetária exigirá reformas contínuas, apontando o crescimento econômico do Brasil, mas também os riscos inflacionários. Ele afirmou que o cenário internacional, ainda imprevisível, é um dos principais fatores que influenciam os preços no mercado, exigindo medidas como ajustes na taxa de juros para manter a estabilidade monetária. Galípolo reconheceu que a inflação está acima da meta, mas em patamares mais baixos que no passado, aproximando-se de economias avançadas e emergentes.
Senadores presentes destacaram as incertezas globais, especialmente sobre os preços das commodities, que pressionam a inflação no país. O presidente da CAE ressaltou que, apesar do crescimento do PIB, da renda média e da baixa taxa de desemprego, o “fantasma inflacionário” ainda preocupa. Comparações com economias como a do Vietnã, que registrou inflação menor e crescimento superior em 2024, foram levantadas, mas Galípolo destacou que a diversificação do mercado brasileiro oferece proteção adicional, mesmo em um contexto de guerra tarifária.
Outros temas discutidos incluíram os impactos climáticos na produção agrícola, especialmente no Rio Grande do Sul, onde secas e enchentes causaram perdas significativas. O presidente do BC afirmou que eventos extremos afetam todo o mundo, mas penalizam mais países de baixa renda, elevando custos de produção. Ele também reforçou que o Brasil está próximo do pleno emprego, com recorde histórico na taxa de ocupação, e que o aumento da renda média permitiu ao BC adotar medidas mais restritivas, ainda em análise. A audiência serviu para prestação de contas e debate sobre estratégias econômicas.