O presidente do Banco Central destacou que a economia brasileira está operando acima de seu potencial, com indicadores robustos em áreas como emprego, crédito e consumo. Para conter as pressões inflacionárias, a instituição elevou a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, com possibilidade de novo aumento em maio, ainda que em ritmo menor. O BC adota um sistema de metas, mirando no controle da inflação futura, mas já admite que a meta pode ser descumprida em junho devido a seis meses consecutivos acima do teto de 4,5%.
O cenário internacional, marcado por incertezas sobre as tarifas comerciais impostas pelos EUA, tem influenciado a dinâmica de preços e a aversão ao risco entre investidores. O presidente do BC ressaltou que as mudanças na política monetária levam de seis a 18 meses para surtir efeito pleno, exigindo paciência e reformas estruturais para melhorar a eficácia dos mecanismos de transmissão da Selic. Ele enfatizou a necessidade de debates amplos com a sociedade, já que algumas medidas dependem de mudanças além da alçada do BC.
Além disso, o Banco Central destacou que o atual patamar de juros não tem freado suficientemente a economia, indicando falhas nos canais de transmissão monetária. Enquanto isso, as projeções de inflação para os próximos anos sugerem estouro da meta em 2025, seguido de gradual convergência para o centro da banda. O BC mantém atenção no horizonte de médio prazo, buscando equilibrar crescimento e estabilidade de preços em um ambiente global volátil.