O diretor de Política Econômica do Banco Central afirmou que os impactos do novo programa de crédito consignado para trabalhadores do setor privado ainda não foram considerados nas projeções oficiais de crescimento do PIB. Durante um evento em Washington, ele destacou que há incertezas sobre o timing e a magnitude do programa, tornando difícil isolar seus efeitos diretos, especialmente porque o mercado de consignado já está consolidado no país. A expectativa atual do BC é de uma desaceleração do crescimento econômico, com uma redução de 3,4% para 1,9% entre 2023 e 2024, conforme o cenário-base do último Relatório de Inflação.
Guillen mencionou estudos de caso de 2021 que sugerem que programas semelhantes aumentaram o crédito, mas ressaltou que ainda é cedo para avaliar se o novo consignado terá o mesmo efeito. Internamente, há dúvidas no BC sobre a intensidade da desaceleração econômica, com sinais de moderação ainda incipientes e heterogêneos entre setores. Um relatório da XP estimou que o programa poderia adicionar até 0,6 ponto percentual ao PIB anualizado, com um impacto financeiro de R$ 70 bilhões, enquanto o governo federal já liberou mais de R$ 7 bilhões em empréstimos desde o lançamento.
A partir desta sexta-feira (25), o consignado para trabalhadores CLT estará disponível nos canais digitais dos bancos credenciados, ampliando o acesso ao crédito. No entanto, o BC mantém uma postura cautelosa, aguardando mais dados para incorporar os efeitos do programa em suas projeções oficiais. A situação será monitorada em tempo real, mas a avaliação completa do impacto ainda demandará mais tempo.