O governo federal projeta que a balança comercial do Brasil encerre 2025 com um superavit de US$ 70,2 bilhões, uma queda de 5,4% em relação ao ano anterior. A estimativa, divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior, prevê exportações de US$ 353,1 bilhões (+4,8%) e importações de US$ 282,9 bilhões (+7,6%). No entanto, os dados ainda não refletem plenamente os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que devem ser incorporados às projeções em julho.
As medidas comerciais do governo norte-americano, incluindo taxas de 25% para aço, alumínio e carros importados, podem impactar significativamente as exportações brasileiras, já que os EUA são os maiores compradores desses produtos. Estudos do Bradesco e do Ipea indicam perdas entre US$ 700 milhões e US$ 1,5 bilhão. O Brasil, porém, foi taxado em apenas 10%, percentual menor que o de outros países, o que pode abrir oportunidades para fortalecer as relações comerciais entre os dois países.
Enquanto isso, o governo brasileiro avança na aprovação de uma lei que autoriza a reciprocidade tarifária e ambiental, permitindo possíveis retaliações. A política comercial dos EUA, defendida como forma de impulsionar a indústria local, foi chamada de “Dia da Libertação” pelo ex-presidente norte-americano, que critica o que considera comércio internacional injusto. Os próximos meses devem trazer mais clareza sobre os efeitos dessas medidas na economia brasileira.