A Baía de Guanabara, um dos cartões-postais mais icônicos do Rio de Janeiro, é um cenário de contrastes: sua beleza natural convive com graves problemas ambientais. A poluição, o despejo de resíduos industriais e a redução dos manguezais ameaçam espécies emblemáticas, como os botos-cinza, cuja população caiu de 400 para apenas 30 indivíduos em décadas, e as tartarugas-verdes, monitoradas por projetos de preservação. A degradação também impacta comunidades locais, como os catadores de caranguejos, que veem seu sustento comprometido pela contaminação das águas.
Apesar dos desafios, a baía ainda inspira resistência e esperança. Artistas retratam sua paisagem, enquanto iniciativas científicas, como o projeto MAQUA da UERJ, buscam reverter o declínio da vida marinha. Pescadores e catadores destacam a importância de práticas sustentáveis, como a soltura de fêmeas de caranguejo para garantir a reprodução da espécie. A relação entre a comunidade e o ecossistema revela um vínculo profundo, onde a preservação é vista como essencial para o futuro.
Especialistas afirmam que a recuperação da Baía de Guanabara é possível, mas exigirá ações urgentes e coordenadas. A natureza demonstra resiliência, como visto na persistência de espécies mesmo em condições adversas, mas a conscientização e o combate à poluição são fundamentais. A reportagem destaca que, sem um esforço coletivo, esse patrimônio natural e cultural poderá sofrer danos irreversíveis, afetando não apenas o meio ambiente, mas também as vidas que dependem dele.