Pelo terceiro pregão consecutivo, as ações da Azul (AZUL4) registraram forte queda, chegando a uma desvalorização de 46% em abril, a maior do Ibovespa no período. O movimento ocorre após a companhia aérea concluir a primeira fase de sua oferta pública de ações, captando R$ 1,66 bilhão, valor significativamente abaixo dos R$ 4,1 bilhões inicialmente estimados. A maior parte dos recursos veio da conversão de dívida (R$ 1,6 bilhão), com pouca entrada de capital novo, o que levantou preocupações sobre a capacidade da empresa em reduzir sua alavancagem e concluir a reestruturação financeira.
Analistas destacam que a baixa demanda por novas ações reflete incertezas sobre o plano da Azul, que inclui a diluição de até 85% dos acionistas minoritários devido a iniciativas como emissão de ações para arrendadores e conversão de debêntures. O JPMorgan manteve uma recomendação neutra para a AZUL4, retirando seu preço-alvo anterior de R$ 9,50, enquanto o Bradesco BBI mantém uma avaliação mais positiva, com preço-alvo de R$ 5. Em comparação, a Gol (GOLL4) recebeu recomendações menos favoráveis, com o JPMorgan classificando-a como “underweight”.
O resultado da captação também gerou dúvidas sobre a execução da etapa final da reestruturação, já que a Azul não atingiu os US$ 200 milhões adicionais estimados para reforçar sua liquidez. Apesar disso, a empresa segue com planos de unificação de ações e compensações à gestão, enquanto analistas da XP e Genial destacam que o anúncio, embora importante, ficou aquém das expectativas. O mercado permanece atento aos próximos passos da companhia, que enfrenta desafios significativos em meio ao cenário atual.