O axolote, anfíbio endêmico do centro do México, é uma espécie criticamente ameaçada de extinção, segundo a IUCN, mas sua importância transcende a biologia. Com habilidades únicas, como regenerar partes do coração e do cérebro, o animal também ocupa um lugar central na cultura mexicana, desde a mitologia Nahua — onde é associado ao deus Xólotl — até a atual “axolotomania”, impulsionada por sua aparição no Minecraft e nas notas de 50 pesos. Sua preservação está intimamente ligada à proteção das chinampas, sistemas agrícolas ancestrais que hoje enfrentam ameaças ambientais.
Além de seu valor ecológico e histórico, o axolote virou símbolo de identidade para comunidades locais e fenômeno pop, aparecendo em artesanatos, alimentos e até cervejas. No entanto, o tráfico ilegal e a degradação de seu habitat natural — lagos e canais poluídos — colocam em risco sua sobrevivência. Biólogos e conservacionistas alertam que salvar o axolote significa preservar um ecossistema inteiro, remanescente da antiga Tenochtitlán.
A relação entre o axolote e as chinampas ilustra um desafio maior: equilibrar tradição, conservação e desenvolvimento urbano. Enquanto museus e projetos comunitários buscam conscientizar sobre sua importância, a espécie segue como um lembrete da riqueza natural e cultural do México — e do que pode ser perdido sem ações efetivas. Sua história, que mistura divindades, resistência e adaptação, continua a inspirar esforços para proteger não apenas o animal, mas todo um legado.