Um levantamento federal baseado no Enade 2023 mostrou que 27,3% dos cursos de medicina oferecidos por instituições privadas no Brasil receberam notas insatisfatórias (1 ou 2), enquanto apenas 6% dos cursos em universidades públicas tiveram o mesmo desempenho. O estudo, divulgado pelo Ministério da Educação, analisou aproximadamente 31 mil estudantes de 309 cursos, sendo 190 privados. Destes, 52 foram considerados inadequados, e apenas 4,7% alcançaram a nota máxima (5). Na rede pública, 119 cursos foram avaliados, com 7 notas baixas e 35 com desempenho excelente.
O ministro da Educação expressou preocupação com os resultados das faculdades particulares e anunciou a criação de um novo órgão para regulamentar o ensino superior no país. A medida reforça ações anteriores, como a suspensão de abertura de novos cursos de medicina em 2018, que durou cinco anos. Além disso, o Inep avalia possíveis mudanças no modelo de aplicação do Enade, reconhecendo limitações no formato atual da prova, obrigatória para concluintes de graduação.
O relatório destaca a necessidade de aprimoramento na qualidade do ensino médico, especialmente no setor privado, que concentra a maior parte das avaliações negativas. Enquanto isso, as instituições públicas se mantêm como referência, com um percentual significativo de cursos atingindo a excelência. Os dados reforçam debates sobre a regulamentação e o futuro da formação médica no Brasil.