O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) anunciou um reajuste escalonado de 4,76% nas contas de água, com aumentos de 2,38% em maio e junho. O ajuste, baseado no IPCA, visa corrigir a tarifa após 15 anos sem atualizações significativas. No entanto, a medida ocorre em um momento crítico: o sistema de abastecimento da capital enfrenta colapsos frequentes, especialmente nas estações de tratamento ETA I e ETA II, que sofrem com falhas desde 2024 devido a enchentes e deslizamentos.
Os problemas recentes incluem a paralisação das ETAs em março de 2025, deixando cerca de 300 mil moradores sem água. A ETA II, responsável por 60% do abastecimento, teve bombas danificadas pela correnteza do Rio Acre, enquanto a ETA I enfrentou interrupções por deslizamentos. Apesar dos recursos federais liberados para reparos—R$ 9,5 milhões em março e R$ 17 milhões em dezembro de 2024—a normalização do serviço ainda é parcial, com apenas 67% da capacidade operando em meados de março.
Enquanto a prefeitura justifica o reajuste como necessário para manter o serviço, a população questiona o timing diante da má qualidade do abastecimento. O Saerb reforça que a atualização tarifária segue determinação da Agência Reguladora do Acre (Ageac), mas a crise hídrica expõe desafios estruturais que vão além do custo para o consumidor. A situação permanece sob monitoramento, com expectativa de melhorias após a conclusão das obras emergenciais.