O aumento nos diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos EUA levou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos a encomendar um estudo para investigar as causas do fenômeno, descrito por algumas autoridades como “epidêmico”. Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças mostram que, em 2020, 1 em cada 36 crianças foi identificada com TEA, um salto significativo em relação a 2000, quando a taxa era de 1 em 150. No entanto, especialistas argumentam que o crescimento pode estar ligado a melhores métodos de diagnóstico e maior conscientização, e não a um aumento real de casos.
A comunidade científica ressalta que cerca de 80% dos casos de autismo estão associados a mutações genéticas hereditárias, embora as causas exatas ainda não sejam totalmente compreendidas. Fatores ambientais, como poluentes e alterações no sistema imunológico, também são investigados, mas as evidências não são conclusivas. Além disso, avanços nos critérios diagnósticos, especialmente para meninas e casos mais sutis, contribuíram para a maior detecção do transtorno, explicando parte do crescimento estatístico.
O anúncio de um estudo para identificar as causas do autismo em poucos meses foi recebido com ceticismo por pesquisadores, que consideram a proposta irrealista. Organizações de apoio ao autismo criticaram a abordagem, classificando-a como sensacionalista e destacando a necessidade de focar em melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA. A polêmica em torno de vacinas como possível causa do autismo também foi rejeitada, com base em décadas de pesquisas que não encontraram qualquer ligação entre imunizantes e o transtorno.