O Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola, celebrado em 7 de abril, trouxe à tona um aumento de 243% nas denúncias de bullying no Distrito Federal em 2024, segundo dados da Polícia Civil. Com 120 casos registrados, o levantamento reforça a gravidade do problema, agora tipificado como crime no Código Penal. Especialistas destacam que o bullying, definido como intimidação sistemática física ou psicológica, vai além de “brincadeiras” e exige respostas multidisciplinares, incluindo ações pedagógicas e preventivas, além da punição.
A judicialização é vista como um avanço, mas insuficiente para resolver as raízes do problema, que envolvem fatores sociais, culturais e emocionais. Projetos escolares, como os implementados no Centro de Ensino Médio 1 do Guará e no Colégio Sigma, mostram que o protagonismo estudantil, a mediação e a criação de espaços de diálogo são estratégias eficazes. No entanto, especialistas ressaltam que iniciativas isoladas não funcionam: é necessário envolver toda a comunidade escolar, incluindo professores, pais e funcionários, em uma abordagem sistêmica.
As consequências do bullying são profundas, afetando principalmente meninas de 12 a 15 anos, com impactos como queda no rendimento escolar, ansiedade e isolamento. Dados do Ministério da Educação revelam que 39,1% dos estudantes já sofreram humilhações, muitas vezes ligadas à aparência, raça ou orientação sexual. Para combater o ciclo de violência, especialistas defendem uma educação baseada no respeito à diversidade, autoconhecimento e formação emocional, além de políticas públicas que promovam ambientes escolares seguros e inclusivos.