O acordo Aukus, que prevê a venda de submarinos nucleares à Austrália por Estados Unidos e Reino Unido, está sob crescente pressão devido a debates políticos e preocupações estratégicas. A implementação de tarifas pelo governo norte-americano e as incertezas sobre o papel da Austrália na dissuasão contra a China têm levantado questões sobre o futuro do pacto. Além disso, a Austrália precisa investir US$ 2 bilhões até 2025 para modernizar estaleiros nos EUA, enquanto a entrega dos submarinos da classe Virginia, prevista para 2032, depende da capacidade de produção norte-americana.
A relutância australiana em usar submarinos de ataque contra a China em cenários de conflito, como um bloqueio a Taiwan, tem gerado desconfiança entre os aliados. Durante um exercício militar recente, a Austrália optou por não empregar submarinos no Mar da China Meridional, focando em defesas aéreas e costeiras. Especialistas alertam que a eficácia da dissuasão no Indo-Pacífico pode ser comprometida sem um compromisso claro de Canberra em utilizar essas armas.
O futuro do Aukus também é influenciado pela política interna australiana, com eleições em maio e um Parlamento potencialmente fragmentado. Legisladores independentes, críticos em relação às tarifas e ao governo norte-americano, pressionam por uma revisão do acordo. Enquanto isso, a Marinha dos EUA estabeleceu 2027 como prazo para se preparar para um possível conflito com a China, aumentando a urgência das decisões sobre o programa.