Uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que idosos beneficiários do INSS estão especialmente vulneráveis a golpes e descontos indevidos em seus pagamentos. A investigação, que entrevistou 1.273 pessoas em todo o país, mostrou que 97,6% dos entrevistados não autorizaram os descontos associativos em suas aposentadorias, enquanto 95,9% afirmaram não estar filiados a nenhuma entidade. Em muitos casos, os beneficiários sequer reconheceram as assinaturas ou documentos apresentados pelas organizações como justificativa para os descontos, indicando possíveis irregularidades.
O relatório da CGU destacou que a falta de familiaridade dos idosos com ferramentas digitais, como o aplicativo Meu INSS, agrava o problema. Dos entrevistados, 72,4% desconheciam os descontos em seus benefícios, e 42,4% nunca haviam ouvido falar do aplicativo, principal meio para verificar extratos e solicitar cancelamentos. A transição digital do INSS, sem controles adequados, dificultou ainda mais o acesso dos idosos às informações, deixando-os expostos a ações fraudulentas de terceiros.
A operação resultou na suspensão de todos os acordos que permitiam cobranças diretas das aposentadorias e na exoneração de dirigentes do INSS. O documento da CGU alerta para a necessidade de melhorar os mecanismos de controle e proteção aos beneficiários, já que muitos enfrentam obstáculos para cancelar descontos ilegais. A situação expõe a urgência de políticas que equilibrem a modernização dos serviços com a inclusão digital da população idosa, garantindo seus direitos sem expô-los a riscos.