Uma auditoria interna do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) identificou prejuízos administrativos e financeiros causados por descontos não autorizados de mensalidades associativas em benefícios previdenciários. O relatório, parte da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, apontou que esses descontos irregulares sobrecarregaram a fila de atendimento do INSS, com 1,9 milhão de pedidos de cancelamento ou bloqueio entre janeiro de 2023 e maio de 2024 — o equivalente a 49.045 dias de trabalho de um servidor. Em 90% dos casos, os beneficiários afirmaram não ter autorizado os descontos, indicando falhas no processo de consentimento.
O impacto financeiro foi estimado em R$ 5,9 milhões, custeado pelo INSS devido à ausência de contratos diretos entre as entidades associativas e a Dataprev, responsável pelo processamento dos dados. A empresa confirmou que o órgão arca com um custo operacional de R$ 0,10 por transação, valor definido pela autarquia. O INSS destacou que apenas uma das 11 entidades investigadas tinha acordo vigente em 2023, ressaltando que a prática vinha de gestões anteriores.
A operação evidenciou a necessidade de maior fiscalização e cumprimento das regras para evitar sobrecarga no sistema e prejuízos aos cofres públicos. O INSS afirmou não comentar decisões judiciais em andamento, mas reforçou seu compromisso com a regularidade dos processos. O caso segue sob análise, com parte das investigações ainda sob sigilo.