Um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que 742.389 beneficiários do INSS solicitaram o cancelamento de descontos associativos no primeiro semestre de 2024, sendo que 95,6% alegaram não ter autorizado as cobranças. Movimentações irregulares vêm sendo detectadas desde 2018, com associações retendo valores diretamente dos benefícios sem comprovação de consentimento. A CGU recomendou a suspensão dos repasses para oito entidades, mas nenhuma medida foi tomada, mesmo após alertas repetidos.
A operação da Polícia Federal, baseada em dados da CGU, investiga possíveis fraudes no sistema, incluindo a falta de documentação que comprove a autorização dos descontos. Entre 2021 e 2024, as reclamações cresceram exponencialmente, passando de 762 em dois anos para 336.707 apenas no segundo semestre de 2023. O Tribunal de Contas da União (TCU) também constatou que as associações não apresentavam os comprovantes exigidos pelo INSS.
A CGU destacou que problemas similares já haviam sido apontados em auditorias anteriores, como em 2019, quando a Procuradoria-Geral da República recomendou a suspensão de repasses para quatro entidades, sem resultado. Em julho de 2024, nova recomendação foi ignorada, levantando questões sobre a eficácia das ações do INSS para proteger os beneficiários. O caso segue sob investigação, com foco em evitar prejuízos aos aposentados.