Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou indícios de irregularidades em descontos associativos feitos em benefícios previdenciários do INSS. O relatório, divulgado em abril de 2024, apontou que 97,6% dos aposentados e pensionistas entrevistados não autorizaram os descontos, destinados a sindicatos e associações. Os valores triplicaram entre 2022 e 2024, passando de R$ 706,2 milhões para R$ 2,8 bilhões, com a maioria das ocorrências concentradas nos últimos dois anos.
A Polícia Federal deflagrou a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos que pode chegar a R$ 6,3 bilhões. Seis pessoas foram afastadas, incluindo o então presidente do INSS, demitido no mesmo dia. A PF apura crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com base em dados que sugerem a realização de descontos sem consentimento dos beneficiários.
Órgãos de controle destacam que as irregularidades foram detectadas a partir de 2019, mas se intensificaram recentemente. A CGU alertou para a alta probabilidade de os descontos terem sido feitos de forma indevida, enquanto o governo se comprometeu a ressarcir os afetados. O caso gerou reações no Congresso, com pedidos de CPI e audiências públicas para apurar responsabilidades.