Em uma audiência pública na Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, participantes destacaram a falta de cumprimento das leis que garantem direitos às pessoas no espectro autista. Mães e ativistas relataram dificuldades como a ausência de acompanhantes especializados nas escolas, mesmo sendo um direito previsto desde 2012. Poliana Gatinho, coordenadora do Movimento Orgulho Autista Brasil no Nordeste, criticou a “inclusão escolar fictícia” e contou como precisa pagar um tutor para o filho, já que sua cidade não oferece suporte adequado.
Outros problemas foram levantados, como a demora no diagnóstico médico, que impede acesso a benefícios como isenção de transporte público e atendimento especializado. Ana Maria Silva do Nascimento Melo, do Instituto Autismo no Amazonas, mencionou famílias esperando mais de um ano por consultas. David Morais, da Abraça, apontou que a Lei Brasileira de Inclusão não é respeitada no mercado de trabalho, deixando autistas sem oportunidades devido à falta de acessibilidade.
O deputado Amom Mandel compartilhou sua experiência pessoal com o autismo e criticou a falta de estatísticas oficiais sobre o tema, o que dificulta políticas públicas eficientes. Já o deputado Duarte Jr., presidente da comissão que organizou o evento, celebrou a inclusão permanente de intérpretes de libras nas sessões. Propostas como o trabalho apoiado para autistas foram destacadas como passos importantes, mas ainda insuficientes diante dos desafios estruturais.