Os Estados Unidos intensificaram seus ataques aéreos contra alvos Houthis no Iêmen, incluindo refinarias, aeroportos e locais de mísseis, com o objetivo de impedir o grupo de atacar navios no Mar Vermelho. Desde outubro de 2023, os Houthis realizaram mais de 100 ataques a embarcações comerciais em solidariedade aos palestinos, levando 70% dos navios a desviarem para rotas mais longas. Apesar das operações americanas, que já custaram cerca de US$ 1 bilhão e mataram dezenas de militantes, os Houthis mantêm sua capacidade de lançar mísseis e drones, demonstrando resiliência e desafio contínuos.
Analistas destacam que os Houthis, conhecidos por sua resistência tenaz, têm uma tolerância incomum à pressão militar e uma rede de contrabando que reforça seu arsenal. Embora os EUA afirmem que os ataques degradaram parte de sua capacidade, especialistas questionam a eficácia da estratégia, já que bombardeios anteriores não enfraqueceram o grupo. A liderança Houthi permanece intacta, e há indícios de que eles podem até estar se beneficiando da escalada, usando-a para consolidar apoio interno e regional.
A possibilidade de uma ofensiva terrestre é discutida como única solução para desalojar os Houthis, que controlam a capital Sanaa e o estratégico porto de Hodeidah. No entanto, dúvidas persistem sobre a viabilidade dessa abordagem, dada a complexidade do conflito iemenita e o risco de uma escalada regional. Enquanto isso, os EUA continuam a vincular a campanha à pressão sobre o Irã, acusado de apoiar os Houthis, embora Teerã evite assumir um papel mais direto. As próximas semanas podem definir se a estratégia atual será suficiente ou se o conflito entrará em uma fase ainda mais intensa.