Uma facção criminosa tem coordenado ataques a provedores de internet no Ceará, exigindo pagamentos para que os serviços funcionem. Aproveitando-se do clima de medo, estelionatários passaram a se fingir de integrantes do grupo criminoso para extorquir pequenas empresas, cobrando até R$ 30 por cliente. Segundo autoridades, os suspeitos não têm ligação com a facção, mas se valeram do temor gerado pelos ataques para cometer crimes. Investigações já identificaram cerca de dez casos desse esquema, mas nenhuma prisão foi realizada até o momento.
Desde fevereiro, o Comando Vermelho tem promovido uma série de ataques contra provedores em cidades como Fortaleza, Caucaia e Caridade, resultando em incêndios, vandalismo e cortes de fibra óptica. Pelo menos cinco empresas foram forçadas a encerrar as atividades após os ataques, que deixaram milhares de clientes sem internet. Em resposta, o governo estadual criou um grupo especial para investigar os crimes, e operações policiais já resultaram na prisão de 45 suspeitos, incluindo membros da facção e indivíduos envolvidos em atividades ilegais relacionadas a telecomunicações.
As investigações revelaram ainda que alguns provedores interditados operavam de forma irregular, com casos de furto de energia e receptação. Enquanto as autoridades buscam conter a violência, a situação expõe a vulnerabilidade do setor e os desafios para garantir segurança e legalidade. A Associação dos Provedores do Ceará alerta para o impacto econômico e social dos ataques, que têm afetado não apenas as empresas, mas também comunidades inteiras dependentes dos serviços de internet.