A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) recebeu com alívio a decisão do governo dos Estados Unidos de incluir o país no piso das tarifas de importação, fixado em 10%. Embora o valor seja menor do que o esperado, ainda é considerado alto pelo setor. Em comparação, China e União Europeia enfrentarão alíquotas superiores, de 34% e 20%, respectivamente, o que pode, em tese, beneficiar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
José Augusto de Castro, presidente da AEB, destacou que as tarifas mais altas para concorrentes podem incentivar empresas americanas a importar mais de suas filiais no Brasil, especialmente em operações intercompany. No entanto, ele ressaltou que o alto custo de produção no país, conhecido como “Custo Brasil”, ainda é um obstáculo para que os manufaturados nacionais se tornem mais competitivos no exterior.
Apesar do cenário potencialmente favorável, a associação alerta que a melhoria na competitividade depende de reduções nos custos internos. “Teoricamente ajuda, mas o problema não é lá, é aqui”, afirmou Castro, reforçando a necessidade de medidas para tornar a produção brasileira mais eficiente e atraente no mercado global.