Neste sábado (19), Dia dos Povos Indígenas, destacam-se artistas indígenas baianos que utilizam a arte como ferramenta de resistência e denúncia contra o racismo e a colonialidade. Arissana Pataxó, Glicéria Tupinambá e Ezequiel Tuxá são alguns dos nomes que, por meio de pinturas, esculturas, filmes e performances, buscam romper estereótipos e reafirmar a presença indígena no mundo contemporâneo. Suas obras não apenas contestam violências históricas, mas também celebram a beleza e a complexidade das culturas originárias, abrindo espaços para diálogos e diplomacia cultural em eventos internacionais como a Bienal de Veneza e o Festival de Cannes.
A arte indígena antirracista é entendida como um ato político e estético, que descoloniza narrativas e reconecta passado e presente. Glicéria Tupinambá, por exemplo, trabalha com mantos sagrados e filmes que resgatam memórias ancestrais, enquanto Ezequiel Tuxá explora fotografia e colagem para confrontar silenciamentos. Já Arissana Pataxó destaca a importância de discutir o racismo contra povos indígenas, muitas vezes negligenciado em debates públicos, usando a arte como plataforma para amplificar vozes marginalizadas.
A exposição “Hãhãw”, fruto de uma rede internacional de pesquisa, reúne obras de 12 artistas indígenas e reflete sobre terra e território como espaços de vida e resistência. Com curadoria coletiva, a mostra já percorreu comunidades indígenas e espaços culturais, reforçando o papel da arte na construção de memórias e lutas compartilhadas. Essas iniciativas demonstram como a arte indígena contemporânea não apenas denuncia, mas também reconstrói futuros possíveis, baseados em saberes e práticas ancestrais.