A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) celebra duas décadas em 2025 como principal instância de mobilização dos povos originários no país. Criada durante o segundo Acampamento Terra Livre (ATL), a entidade surgiu para unir as centenas de etnias indígenas e fortalecer a luta por direitos, como a demarcação de terras e a participação em políticas públicas. Ao longo dos anos, a Apib consolidou-se como referência nacional, impulsionando conquistas como a criação do Ministério dos Povos Indígenas e a ocupação de espaços de poder por lideranças indígenas.
A trajetória da Apib é marcada por um longo processo de resistência, iniciado na década de 1970, durante a ditadura militar, e fortalecido com a redemocratização. Antecessoras como a União das Nações Indígenas (Uni) e o Conselho de Articulação dos Povos Indígenas (Capoib) pavimentaram o caminho para a formação da Apib, que adotou um modelo descentralizado, com representantes regionais em um colegiado. O Acampamento Terra Livre, realizado anualmente desde 2004, foi crucial para unificar as pautas indígenas e pressionar o poder público.
Apesar dos avanços, desafios persistem, como a resistência no Congresso Nacional contra a demarcação de terras e a implementação efetiva de políticas indígenas. Lideranças destacam o crescimento do movimento, com maior participação de mulheres e jovens, e expressam otimismo sobre o futuro da Apib. Em um manifesto recente, os povos indígenas reafirmaram a importância da resistência coletiva, mostrando que a luta por direitos constitucionais continua, mesmo após 20 anos de mobilização.