Em meio ao debate sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho, artesãos reunidos na Feira Rio Artes 2025, no Rio de Janeiro, destacam a criatividade humana como diferencial insubstituível. Andreia Pugliese, que trabalha com laços, e Cátia Benigno, especializada em biscuit e pintura em tecido, acreditam que a IA pode ser uma aliada, mas não substitui a inovação e o toque manual do artesanato. O evento, que ocorre até domingo (13), reúne expositores de diversas cidades e promove oficinas para capacitação em economia criativa, setor que já empregava 7,4 milhões de pessoas em 2022 e deve gerar mais 1 milhão de vagas até 2030.
A economia criativa, que inclui áreas como artesanato, design e tecnologia da informação, representou 3,11% do PIB brasileiro em 2023, segundo a CNI. Roberto Santos, coordenador da feira, enfatiza a importância de valorizar o trabalho artesanal, ensinando técnicas de precificação e embalagem para evitar prejuízos. Ele também vê a IA como uma ferramenta complementar, não como ameaça. A Federação do Artesanato do Rio de Janeiro (Faerj), presente no evento, defende políticas públicas para o setor e destaca o artesanato como atividade sustentável, que reaproveita materiais descartados.
Em tramitação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 2.732/2022 busca instituir a Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa, com incentivos à qualificação profissional e infraestrutura. O texto ressalta o crescimento do setor, que saltou de 2,09% para 2,91% do PIB entre 2004 e 2020. Enquanto isso, os artesãos seguem confiantes na capacidade humana de inovar, mesmo em um cenário de transformações tecnológicas.