Uma descoberta arqueológica no sul da França revelou um raro esqueleto canino do período Paleolítico, datado entre 16.000 e 15.300 anos, que pode ser um elo crucial na história da domesticação dos cães. O fóssil, pertencente a uma fêmea adulta de 26 quilos, apresenta características intermediárias entre lobos selvagens e cães domesticados. Preservado em excelente estado, o esqueleto permitiu aos pesquisadores analisar detalhes morfológicos e comportamentais, sugerindo uma relação complexa entre humanos e canídeos naquela época.
A análise do esqueleto mostrou evidências de cuidado humano, como vértebras fraturadas que cicatrizaram, mas também marcas de violência, indicando que o animal pode ter sido morto por humanos. Essa dualidade levanta questões sobre a natureza da interação entre as espécies durante o Pleistoceno. Os pesquisadores planejam realizar análises de DNA para determinar se o animal é um ancestral direto dos cães modernos ou se pertence a uma linhagem extinta.
A descoberta reforça a ideia de que a domesticação dos cães foi um processo gradual e cheio de nuances, muito anterior ao surgimento da agricultura e das civilizações. O achado contribui para redefinir a compreensão sobre como os humanos começaram a domesticar animais, destacando os cães como a primeira espécie a estabelecer essa relação única com nossa espécie.