A Argentina eliminou a maior parte dos controles cambiais e permitiu que o peso flutuasse dentro de uma faixa de 1.000 a 1.400 pesos por dólar, marcando o fim do sistema de cepo cambial. A medida, anunciada pelo banco central, também inclui o fim do limite de US$ 200 para compra de dólares por pessoas físicas e a permissão para que empresas enviem dividendos ao exterior. A mudança ocorre em meio a preparativos para um novo empréstimo do FMI, que injetará US$ 15 bilhões nas reservas do país, parte de um acordo total de US$ 20 bilhões.
O acordo com o FMI visa fortalecer as reservas argentinas, com US$ 12 bilhões sendo depositados ainda esta semana e outros US$ 2 bilhões em junho. Os recursos serão usados para quitar dívidas do Tesouro junto ao banco central e amortizar parcelas do programa anterior do FMI, iniciado em 2022. A expectativa é que o financiamento ajude a economia a sair de dois anos de recessão, com projeções de crescimento de 5% em 2025, embora a inflação ainda seja alta, estimada em 27,5%.
Investidores estão atentos aos possíveis impactos da desvalorização do peso, que, apesar de controlada pelas autoridades em 1% ao mês, pode se acelerar com as novas medidas. No mercado paralelo, o peso já opera próximo a 1.341 por dólar, refletindo pressões cambiais. Analistas alertam que a política de desvalorização lenta pode reduzir a competitividade das empresas argentinas e aumentar custos para turistas, levantando dúvidas sobre sua sustentabilidade a longo prazo.