O governo argentino, sob a liderança de Javier Milei, anunciou a flexibilização do controle cambial, marcando o início do fim do sistema de restrições vigente desde 2019. O peso argentino se desvalorizou 11,38% em relação ao dólar no primeiro dia de implementação da nova política, que substitui a paridade fixa por um câmbio flutuante, com faixa entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar. Enquanto isso, o mercado de ações reagiu positivamente, com o índice S&P Merval subindo 4,70%, e empresas argentinas listadas nos EUA também registraram altas significativas.
A medida foi acompanhada por um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), visando recapitalizar o banco central e fortalecer as reservas internacionais. O governo argentino destacou que os recursos ajudarão a reduzir a inflação e a promover cortes de impostos, além de permitir que empresas enviem lucros para o exterior, estimulando investimentos. O FMI ressaltou que, se o programa for implementado com sucesso, a Argentina poderá retornar aos mercados de capitais internacionais até 2026.
Analistas apontam que a mudança no regime cambial pode melhorar a balança comercial, desincentivando importações e incentivando exportações, enquanto a entrada de dólares pelo setor financeiro pode equilibrar a economia. No entanto, desafios persistem, como a inflação elevada e as reservas internacionais ainda frágeis. O acordo com o FMI estabelece metas fiscais rigorosas, incluindo um superávit primário de 1,3% do PIB em 2024, com perspectivas de crescimento nos anos seguintes.