O governo argentino anunciou nesta sexta-feira (11) o fim das restrições cambiais em vigor desde 2019, medida que ocorre após a confirmação de um pacote de socorro de US$ 20 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministro da Economia explicou que a decisão permitirá a normalização da economia, eliminando controles que limitavam a compra de dólares pelo preço oficial e restringiam a remessa de lucros de empresas para o exterior. Entre as mudanças, o dólar no mercado livre poderá flutuar dentro de uma faixa entre 1 mil e 1,4 mil pesos, abandonando o esquema de indexação progressiva anterior.
O Banco Central da Argentina detalhou que, a partir de segunda-feira (14), as restrições para pessoas físicas serão removidas, e as distribuições de lucros para acionistas estrangeiros serão permitidas a partir de 2025. A medida busca impulsionar a atividade econômica, o emprego e os investimentos, fortalecendo a recuperação da poupança interna e do crédito. O anúncio ocorre em um momento de pressão sobre as reservas cambiais do país e volatilidade no câmbio, que ameaçam o plano anti-inflacionário em meio a uma alta recente nos preços.
O acordo com o FMI, negociado por oito meses, inclui uma linha de crédito estendida de US$ 20 bilhões, com um desembolso inicial de US$ 12 bilhões na próxima semana. O fundo destacou o “impressionante progresso” da Argentina na estabilização econômica, citando políticas fiscais rigorosas que aceleraram a desinflação. O pacote também contará com mais de US$ 6 bilhões em contribuições de outras organizações internacionais, reforçando as reservas do Banco Central em um cenário global desafiador.