Os jogos de apostas online, legalizados no Brasil desde 2018, têm atraído milhões de pessoas com promessas de ganhos fáceis, mas o vício nessa prática tem causado estragos em famílias e na economia. Relatos incluem casos de jovens que perderam grandes somas de dinheiro, casamentos desfeitos e profissionais que negligenciam suas responsabilidades para apostar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o vício em apostas como um transtorno grave, comparável ao abuso de drogas e álcool, com impactos neurológicos e comportamentais significativos.
Além dos danos pessoais, o prejuízo econômico é alarmante. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que o varejo perdeu R$ 109 bilhões em 2024 devido ao hábito de apostas, com estados como Minas Gerais sofrendo reduções no PIB. Funcionários estão jogando durante o expediente, afetando a produtividade, e o Ministério da Previdência registrou centenas de afastamentos por transtornos relacionados ao jogo. Muitos endividam-se de forma descontrolada, vendendo bens pessoais na esperança de recuperar perdas, o que raramente acontece.
Especialistas alertam que o tratamento para o vício em apostas exige acompanhamento psiquiátrico e psicológico, podendo incluir até internação em casos graves. A falta de percepção de risco e a ilusão de enriquecimento rápido dificultam a recuperação, enquanto famílias enfrentam o desafio de apoiar entes queridos sem incentivá-los. O problema, amplificado pela facilidade de acesso via celular, demanda atenção urgente para evitar mais tragédias financeiras e sociais.