A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) confirmou que o próximo leilão de áreas para exploração de petróleo incluirá blocos na bacia da Foz do Amazonas, região alvo de disputa entre setores ambiental e energético do governo. Será a primeira vez que a bacia, com similaridades geológicas às descobertas na Guiana e no Suriname, terá áreas oferecidas no novo modelo de leilões. A decisão ocorre mesmo sem a emissão da licença ambiental para a Petrobras no bloco 59, mas sinaliza uma tendência do governo em avançar com a exploração, apoiada por políticos da região Norte.
O leilão, no modelo de oferta permanente, incluirá 47 blocos na Foz do Amazonas, além de áreas nas bacias Potiguar, Pelotas, Parecis e Santos. A margem equatorial, onde estão Foz do Amazonas e Potiguar, é vista como estratégica para repor reservas após o pré-sal. No entanto, ambientalistas criticam a abertura de novas fronteiras exploratórias, argumentando que ela contradiz os compromissos climáticos do Brasil, especialmente com a COP30 marcada para novembro em Belém.
O processo foi acelerado pela ANP para garantir a oferta antes do prazo de manifestações conjuntas dos ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente. Enquanto o setor energético defende a exploração como vital para o desenvolvimento, a discussão deve ganhar destaque na COP30, onde organizações planejam debater critérios para reduzir a produção global de petróleo. O leilão reflete o dilema entre crescimento econômico e sustentabilidade.