O Deinosuchus, um dos maiores crocodilianos que já existiram, era um predador gigante que habitou a América do Norte há cerca de 82 a 75 milhões de anos. Com um corpo do tamanho de um ônibus e dentes comparáveis a bananas grandes, esse réptil se alimentava de dinossauros e dominava ecossistemas pantanosos. Novas análises de fósseis e DNA moderno revelaram que, ao contrário do que se pensava, o Deinosuchus não era um parente próximo dos jacarés, mas sim de uma linhagem distinta que manteve glândulas de sal, permitindo que tolerasse água salgada — uma vantagem crucial para sua expansão territorial.
Text: Essa adaptação permitiu ao Deinosuchus navegar pelo Mar Interior Ocidental, um vasto corpo de água que dividia a América do Norte durante o período Cretáceo. Enquanto os aligatoroides modernos perderam essa capacidade, o Deinosuchus aproveitou-a para colonizar habitats costeiros em ambos os lados do continente. A descoberta, publicada na revista *Communications Biology*, redefine a árvore genealógica dos crocodilianos e destaca como a tolerância ao sal foi um fator determinante para a sobrevivência e domínio ecológico desses animais.
Text: O estudo também revelou que crocodilianos gigantes, como o Deinosuchus, não eram uma exceção, mas quase uma regra ao longo da história evolutiva do grupo. A combinação de dados genéticos e morfológicos esclareceu como essas criaturas se adaptaram a mudanças climáticas e ambientais, sobrevivendo onde outras espécies falharam. Segundo os pesquisadores, a capacidade de explorar diferentes ambientes aquáticos foi essencial para o sucesso desses predadores pré-históricos, cujo legado ainda ecoa nos crocodilos modernos.