No início de 2025, o analista técnico André Moraes chamou a atenção ao sugerir que o mercado acionário brasileiro pode estar à beira de uma nova era de alta, semelhante ao ciclo iniciado em 2016. Na época, mesmo com o pessimismo generalizado, ele identificou padrões que indicavam uma virada histórica, confirmada após eventos políticos como o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Agora, Moraes enxerga sinais parecidos: um mercado descontado, possível estabilização da inflação, juros menores que o esperado e um retorno gradual de investidores estrangeiros, combinados com um possível “rali eleitoral” antecipado em vista das eleições de 2026.
Ele destaca que, diferentemente de ciclos anteriores, o mercado está reagindo mais rápido a sinais macroeconômicos e políticos, como ocorreu na Argentina com a eleição de Javier Milei. Além disso, a escassez de ações devido a recompras maciças por empresas e a redução no número de companhias listadas na B3 podem amplificar os movimentos de alta. Moraes ressalta que, embora a análise técnica seja crucial para o timing de entrada e saída, entender o contexto macro e microeconômico é essencial para prever tendências de médio e longo prazo.
Apesar do recente avanço do Ibovespa em 2025, o analista acredita que o mercado ainda está no início de uma fase de alta mais significativa, que pode surpreender até os observadores mais experientes. Se variáveis como controle da inflação, cortes na Selic e confiança institucional se alinharem, o movimento pode ganhar força inesperada. Para Moraes, assim como em 2016, o cenário atual representa uma oportunidade rara, potencialmente marcando o início de um ciclo prolongado de valorização.