Um médico de Gaza sobrevivente descreveu um ataque violento contra uma caravana de socorristas perto de Rafah em março, que deixou 15 mortos. O incidente ocorreu quando equipes do Crescente Vermelho palestino e da Defesa Civil de Gaza respondiam a chamados de emergência após um bombardeio. O único sobrevivente relatou que as ambulâncias foram alvejadas por soldados israelenses, que depois interrogaram e agrediram os profissionais de saúde. O Exército israelense afirmou inicialmente que seus soldados atiraram em “terroristas”, mas imagens recuperadas de um celular mostram as ambulâncias com faróis e luzes de emergência ligados, contradizendo a versão oficial.
O ataque gerou condenação internacional e levantou preocupações sobre a segurança dos socorristas em Gaza, onde a guerra persiste desde outubro de 2023. O presidente do Crescente Vermelho pediu uma investigação internacional, alegando que houve intenção de matar. Corpos de alguns dos profissionais foram encontrados dias depois, alguns com sinais de execução, segundo a organização. O Exército israelense anunciou uma investigação interna, mas o caso continua a ser alvo de críticas devido às inconsistências nas narrativas.
O relato do sobrevivente detalha momentos de pânico durante o ataque, incluindo a chegada de soldados israelenses que o agrediram e o forçaram a ajudar outros feridos sob vigilância de drones e tanques. A Defesa Civil de Gaza afirmou que perdeu contato com sua equipe em 15 minutos após o pedido de socorro. O incidente destacou os perigos extremos enfrentados por trabalhadores humanitários na região, onde conflitos e desinformação frequentemente se misturam, dificultando a prestação de auxílio à população civil.