A Amazônia Legal teve um aumento de 18% no desmatamento acumulado entre agosto de 2024 e março de 2025, em comparação com o mesmo período anterior, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon. A área desmatada atingiu 2.296 km², equivalente à soma da capital paulista com as cidades do ABC, marcando a sexta maior taxa da série histórica. Enquanto o Imazon aponta alta, o Ministério do Meio Ambiente destaca uma queda de 9,7% nos alertas de desmatamento no mesmo intervalo, com base no sistema Deter do Inpe. A tendência de crescimento preocupa, especialmente no ano em que o Brasil sediará a COP-30, em Belém, já que o combate ao desmatamento é uma das prioridades do governo federal.
A degradação florestal, causada por queimadas e extração madeireira, apresentou um aumento alarmante de 329% no período, totalizando 34.013 km² afetados, segundo o Imazon. O instituto atribui o crescimento às queimadas recordes em 2024, que levaram à maior taxa de degradação em 15 anos. O Ministério do Meio Ambiente confirma a alta, com um aumento de 154% devido aos incêndios florestais, agravados pela seca extrema no bioma. No entanto, dados do Inpe mostram uma redução de 69% na degradação entre dezembro de 2024 e março de 2025, indicando que os picos anteriores estavam ligados a incêndios atípicos.
O desmatamento e a degradação na Amazônia seguem padrões sazonais, com as taxas mais altas ocorrendo tradicionalmente no período seco, entre junho e outubro. Os dados reforçam os desafios enfrentados pelo país para cumprir metas ambientais, como zerar o desmatamento até 2030, enquanto se prepara para receber líderes globais na COP-30. As informações destacam a complexidade do monitoramento e a necessidade de ações coordenadas para conter a destruição do bioma.