A Amazônia Legal teve um aumento de 18% no desmatamento acumulado entre agosto de 2024 e março de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). A área desmatada atingiu 2.296 km², equivalente à soma do território da cidade de São Paulo com os municípios do ABC, sendo a sexta maior marca histórica para o período. O dado preocupa especialmente no ano em que o Brasil sediará a COP30, em Belém, já que o combate ao desmatamento é uma das principais metas ambientais do governo para reduzir emissões de gases de efeito estufa até 2030.
Além do desmatamento, a degradação florestal – causada por queimadas e extração madeireira – aumentou mais de quatro vezes no mesmo intervalo, atingindo 34.013 km². O Imazon atribui o crescimento exponencial às queimadas que devastaram grandes áreas da floresta em 2024, resultando na maior taxa de degradação em 15 anos. Embora os números tenham se estabilizado de outubro de 2024 a março de 2025, o patamar permanece historicamente alto, o que facilita a propagação de incêndios e impacta a biodiversidade e o estoque de carbono.
A pesquisadora Larissa Amorim, do Imazon, destaca que as ações recentes de controle evitaram um cenário ainda mais crítico, mas reforça a necessidade de estratégias mais direcionadas, especialmente nas regiões mais pressionadas, como Pará, Mato Grosso e Amazonas. Com o período mais seco se aproximando a partir de junho – quando as taxas de desmate tradicionalmente aumentam –, o momento é crucial para reverter a tendência de alta antes da COP30.