A Amazon, maior varejista online do mundo, enfrentou quedas significativas em suas ações devido às novas tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses, que impactaram setores como eletrônicos e vestuário — áreas nas quais a empresa depende fortemente da China. Analistas estimam que entre 40% e 70% dos produtos vendidos pela Amazon sejam importados, em grande parte do país asiático. Apesar disso, especialistas apontam que a empresa pode sair em vantagem competitiva, já que os concorrentes também enfrentarão os mesmos custos adicionais, e a Amazon possui uma rede logística superior e maior flexibilidade para repassar ou absorver os impactos.
A situação pode fortalecer a Amazon no longo prazo, pois sua base diversificada de clientes e a robustez financeira — impulsionada pela lucrativa divisão de nuvem AWS — a colocam em posição privilegiada. Além disso, as novas regulamentações podem dificultar a atuação de concorrentes chineses como Shein e Temu, que dependem de produtos de baixo valor. A empresa também tem opções para mitigar os efeitos, como ajustar margens de fornecedores ou repassar custos aos consumidores, estratégias que podem ser temporárias caso as tarifas não se mantenham por muito tempo.
Embora o cenário ainda seja incerto, especialmente se as tarifas forem usadas como ferramenta de negociação em vez de uma guerra comercial total, a maioria dos analistas mantém otimismo em relação à Amazon. Nenhum deles rebaixou a classificação das ações após o anúncio das tarifas, e 61 dos 76 especialistas recomendam a compra. A capacidade da empresa de adaptação e sua infraestrutura consolidada sugerem que ela pode superar os desafios impostos pelas mudanças no comércio global.