Um estudante autista do quinto período de medicina na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), campus de Passos, teria sido alvo de capacitismo por parte de colegas, segundo denúncia de sua família. Em uma reunião entre professores e alunos em março, alguns discentes reclamaram que trabalhar com o jovem de 20 anos afetava suas notas, alegando que ele era “lento nas apresentações” e um “fardo para o grupo”. A família, com base em um áudio gravado pelo estudante, enviou um e-mail à universidade pedindo apuração rigorosa do caso.
Em vez de receber apoio, o aluno autista foi advertido pela instituição após uma nova reunião em 2 de abril, data que marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A UEMG justificou a punição afirmando que houve uma “briga geral” entre os envolvidos. A família, abalada, recorreu a medidas judiciais, enquanto o jovem ficou dias sem frequentar as aulas. O advogado responsável pelo caso afirmou que há indícios de envolvimento não apenas de alunos, mas também de professores e membros da coordenação.
A universidade, por meio de nota, repudiou qualquer forma de discriminação e informou que uma Comissão de Inquérito Disciplinar foi aberta para investigar os fatos. No entanto, não se pronunciou sobre a advertência ao estudante autista nem entrou em contato com a família para pedir desculpas. A instituição reiterou seu compromisso com a inclusão e a dignidade humana, mas o caso continua sob apuração, com possíveis repercussões jurídicas.