Os aliados do presidente Lula estão divididos sobre como reagir à recusa do líder do União Brasil, deputado Pedro Lucas, em assumir o Ministério das Comunicações. Enquanto um grupo defende retaliação, alegando que a negativa expôs publicamente uma imagem de fragilidade do governo, outra ala adota postura mais pragmática, argumentando que o Planalto não pode se dar ao luxo de afastar aliados estratégicos, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que tem sido peça-chave nas negociações com o partido.
O impasse surgiu após Lucas recusar o convite para evitar que a liderança do União Brasil fosse assumida por uma facção oposicionista. Enquanto isso, Alcolumbre e o presidente do partido buscam um nome técnico para sugerir a Lula. Alguns no governo propõem transferir a pasta para o PSD, mas isso poderia desagradar a bancada do União Brasil, que já demonstrou insatisfação em outros momentos, como no apoio a projetos polêmicos.
Apesar do descontentamento, assessores alertam que o governo não está em posição de abrir novas frentes de conflito. “O Planalto não está com essa bola toda”, afirma um aliado, destacando a necessidade de conciliação para evitar o isolamento político em um momento crítico do mandato. A situação permanece em aberto, com o governo buscando equilibrar pressões internas e alianças essenciais no Congresso.