A uma semana do conclave que elegerá o novo papa, o alfaiate Raniero Mancinelli, de 86 anos, trabalha intensamente para confeccionar as batinas brancas que o futuro pontífice usará em sua primeira aparição. Com três tamanhos diferentes—50, 54 e 58—, as vestes são feitas em lã fresca, adequada para diversas estações. Mancinelli, que já serviu a três papas, destaca a simplicidade de Francisco, que preferia tecidos mais baratos, e o estilo mais refinado de Bento XVI, que optava por materiais mais pesados e valiosos.
O pequeno ateliê de Mancinelli, localizado próximo ao Vaticano, é quase um museu, repleto de história e tradição. O alfaiate, que não usa moldes, mas cortes artesanais, também é responsável pelas vestes de muitos cardeais que participarão do conclave. Além das batinas, o solidéu de seda pura já está pronto, com um tecido interno que o mantém firme nos cabelos. Apesar de sua vasta experiência, Mancinelli evita especular sobre quem será o próximo papa.
Enquanto o mundo aguarda ansiosamente a escolha do sucessor de Francisco, o trabalho minucioso de Mancinelli simboliza a transição e a continuidade na Igreja Católica. Sua dedicação reflete a importância simbólica das vestes papais, que marcam não apenas uma mudança de liderança, mas também um momento histórico para os fiéis em todo o mundo.