A Voepass Linhas Aéreas entrou com um pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (22.abr.2025) após ter todas as operações suspensas pela Anac devido a falhas identificadas na segurança da companhia. Com dívidas totais estimadas em R$ 400 milhões, sem incluir passivos em moeda estrangeira, esta é a segunda vez em anos recentes que a empresa, sediada em Ribeirão Preto (SP), recorre a esse mecanismo. Em fevereiro, a aérea anunciou um plano de reestruturação e conseguiu suspender temporariamente ações de credores, mas demissões foram realizadas neste mês, sem divulgação do número de funcionários afetados.
A crise financeira da companhia se agravou após um acidente aéreo em agosto de 2024, que resultou em 62 mortes em Vinhedo (SP), e com o fim de uma parceria comercial que representava até 93% de sua receita. As dívidas incluem R$ 210 milhões com credores concursais, sendo R$ 43,5 milhões trabalhistas e R$ 162,2 milhões classificados como créditos quirografários. Além disso, há R$ 187 milhões em obrigações contraídas após o início do processo judicial e um débito em dólar de US$ 32,5 milhões (cerca de R$ 186,3 milhões).
A Voepass afirmou que priorizará o pagamento de salários e benefícios durante o processo, mantendo atividades essenciais e honrando compromissos futuros. No entanto, a retomada das operações ainda depende da autorização da Anac, que suspendeu os voos em março após identificar irregularidades. A situação reflete os desafios enfrentados pela empresa em meio a pressões financeiras e operacionais.