O número de startups voltadas para o agronegócio no Brasil saltou de 1.125 para 1.972 entre 2019 e 2024, um crescimento de 75%, segundo o Radar Agtech. O estudo, realizado por Homo Ludens, Embrapa e SP Ventures, destaca que essas empresas estão mais diversificadas geograficamente e atuam em três principais frentes: gestão e produção rural (41,7%), pós-fazenda (41,3%) e etapas anteriores à produção, como crédito e insumos (16,9%). Além disso, o ecossistema de inovação se expandiu, com aumento de incubadoras (224%) e parques tecnológicos (25%), além de maior participação feminina (36,4% das agtechs têm mulheres na sociedade).
O crescimento reflete a maturidade do setor e a pressão por soluções tecnológicas diante de desafios como sustentabilidade e eficiência. Startups têm desenvolvido ferramentas como inteligência artificial, blockchain e drones para questões como gestão hídrica, rastreabilidade e previsibilidade de safras. A colaboração entre universidades, políticas públicas e investidores tem sido crucial para impulsionar essas inovações, segundo especialistas.
Apesar dos avanços, a adoção de tecnologias ainda enfrenta barreiras, especialmente entre pequenos e médios produtores. Para superá-las, é essencial traduzir o potencial técnico em soluções acessíveis e práticas. Feiras como a Agrishow, onde 20 startups apresentaram novidades em 2024, são espaços importantes para conectar desafios do campo com as capacidades das agtechs. O setor segue em expansão, com investimentos que já ultrapassam R$ 1,1 bilhão em hubs como o Cubo Agro, do Itaú, indicando um futuro promissor para a inovação no agro brasileiro.