O setor agropecuário da Argentina tem potencial para adicionar mais de US$ 17 bilhões em exportações nos próximos dez anos, segundo um relatório da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR). O estudo, baseado no modelo AGMEMOD, projetou que, com investimentos em infraestrutura, reformas tributárias, câmbio competitivo e adoção de tecnologias de ponta, o país poderia criar um segundo complexo exportador de magnitude similar ao da soja. A produção total de grãos poderia superar 250 milhões de toneladas até 2035, um aumento de 57,8% em relação ao cenário atual.
O cenário mais otimista prevê que os produtores adotem em massa técnicas como sementes melhoradas, manejo eficiente de água e agricultura de precisão, elevando os rendimentos para 80% do potencial estimado. A área cultivada cresceria 9%, com destaque para o milho (+16,8%) e a soja (+9,8%). Em termos de produção, o milho lideraria com 135,7 milhões de toneladas (+95%), seguido pela soja (71,1 milhões de toneladas) e trigo (32,5 milhões de toneladas).
As exportações totais de grãos e derivados poderiam alcançar US$ 50,43 bilhões até 2035, um incremento de 52% em relação ao cenário base. O relatório ressalta que, com políticas adequadas, o agro argentino pode duplicar seu impacto na economia, reforçando a entrada de dólares em um país com restrições cambiais. Embora dependa de condições ideais, o estudo destaca o potencial não aproveitado e serve como referência para políticas públicas no setor.