A relação entre o agronegócio e figuras políticas polarizadas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi tema de discussão na Agrishow 2025, feira realizada em Ribeirão Preto. Embora parte do setor tenha apoiado a campanha de Bolsonaro em 2022, representantes da indústria agrícola afirmam que as escolhas individuais não refletem o posicionamento unificado do setor. João Marchesan, presidente da feira, destacou que o foco dos produtores está em eficiência e lucratividade, não em ideologias, embora admita a existência de simpatizantes do bolsonarismo entre os ruralistas.
O pragmatismo do agronegócio foi enfatizado por líderes como Gino Paulucci Junior, da Abimaq, que ressaltou a importância de manter relações produtivas com governos de diferentes espectros políticos. Ele citou ações do governo atual em favor do setor, como a abertura de mercados internacionais, como exemplos de colaboração necessária. A presença de políticos de oposição, como governadores de estados agrícolas, contrastou com a ausência de ministros do governo Lula, mas Marchesan afirmou que o evento está aberto a todos, independentemente de alinhamento partidário.
O objetivo principal da Agrishow, segundo os organizadores, é impulsionar negócios, com a meta de atingir R$ 15 bilhões em intenções de vendas em 2025. Enquanto questões políticas geram desconforto, a feira reforça a imagem do agronegócio como um setor plural, onde o debate ideológico não sobrepõe os interesses comerciais. A ausência de Bolsonaro, que se recupera de uma cirurgia, marcou a edição deste ano, mas não diminuiu o protagonismo do agro na economia nacional.