A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está sob pressão da Polícia Federal (PF) devido a acusações de operar fora dos limites legais, especialmente em casos como o monitoramento ilegal de autoridades estrangeiras. Servidores da Abin reconhecem a necessidade de atualizar a legislação que rege o órgão, enquanto integrantes da PF destacam a urgência de revisar as normas para evitar abusos. A falta de regras claras tem sido apontada como causa de supostos desvios, como interceptações sem autorização judicial.
Um dos casos recentes envolve alegações de vigilância indevida durante disputas bilaterais com o Paraguai, relacionadas à usina de Itaipu. Embora a coleta de informações sensíveis sobre temas estratégicos, como energia, faça parte das atribuições da Abin, ações sem aval judicial são consideradas ilegais. A PF sustenta que a atual legislação não oferece respaldo para certas práticas, exigindo uma reformulação urgente.
Enquanto isso, servidores da Abin afirmam que também defendem a modernização das leis que regulam a agência, incluindo a criação de uma vara especializada em Inteligência. O debate reflete tensões persistentes desde o início do governo atual, com ambos os lados concordando na necessidade de maior clareza jurídica para evitar conflitos e assegurar a legalidade das operações.